domingo, 9 de maio de 2010

O vento ao pai:

Ser musica é ser som e ser silêncio.

Silêncio é swing
Ruído é movimento.

Para ser uma parte de um todo inteiro; o perfeito lado de um oposto complementar, é preciso que sejas inteiro na parte que te cabe. Se não aprenderes por ti mesmo, só um semelhante para te guiar: Eu, vento.

Abandone os remos. Te deixes à deriva de meus sopros: ensinamento!


Para ser todo música, é preciso ser muito silêncio e bastante som.

É o silêncio que entra nos alvéolos – inspiração. Pra só depois expirar a energia que vibra - som.

É pelo silêncio que contemplas o universo inteirinho dentro do corpo.

Um tempo de solidão é uma dádiva. Dois tempos mais… Desgraça?

Mas, eis que diz o silêncio:
“buscai por mim, buscai por mim, mas jamais me encontrarás” – Já provara o velho Cage.

É mesmo o silêncio ausência de som?

Ausência de som é ausência de vida.

Silêncio pulsa.
Pulsa porque alimenta.
Alimenta porque vivifica.



Bendito seja o estar em silêncio!

Que sejas então, Senhor do não som!

Que suportes nada ouvir e nada pronunciar. Nem uma nota ferir, nem um solfejo sequer cantarolar. Que cerrem seus lábios e ouvidos até que aprendas a ser inteiro em ser só. (silêncio...)

E quem sabe, quando este tempo findar, serás então todo música? E toda música que manifestar de ti, não será somente aos ouvidos. Será para os olhos, para o tato, para o olfato, para as papilas gustativas. Música para os pés descalços, para o umbigo e para as entranhas. Para as pálpebras em movimento, para os dentes e cabelos. Música para toda a gente, alma.

Corpo inteiro.
por agora:
- Shhhh!...

Cibelle Jemima

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